(Texto publicado em 2009)
A sequência dos dias se revela incógnita, mesmo havendo projetos a serem realizados; e por mais que se lute para que se concretizem (do mais simples ao complexo, de acordo com o grau dos obstáculos surgidos), as futuras ações ou serão interrompidas, cabendo à vontade o seu acolhimento, ou realizar-se-ão de modo diferenciado. Nesse mundo de Maquiavel, Montesquieu, o simples ativista cultural eleva o espírito criativo no presente e parte do princípio de que “trabalha com o que se tem, conforme as possibilidades”. Primeiro porque, tratando-se de um ser reflexivo – e, geralmente o é –, o amanhã lhe é incerto, podendo o que havia sido projetado ficar apenas no desejo; e, segundo, porque não há como se construir, por exemplo, um barco de madeira, tendo disponível somente papelão, ainda que este objeto de que se pode dispor, nesse caso, resulte de um grande esforço.
Por isso, após sete edições deste alternativo lítero-cultural, vendo-se o editor impossibilitado de levá-lo adiante, preferiu sustá-lo, por longos dezenove meses, a continuar publicando-o, vez que tal prosseguimento implicaria em total despadronização.
Mas, sendo a inquietude a força motriz do ativista, eis que a criatividade persiste, a alma age e a lavra se manifesta.
Há a salientar, ainda, que esta folha passará – tão logo a névoa inoportuna da improvidência se for – à condição de revista (uma ideia do amigo, e exímio escritor, João Maria Madeira Basto), a fim de que se possa agregar, em maior quantidade, outros gêneros e, dessa forma, enriquecê-la.
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